Ao contrário do que uma primeira impressão leviana pode nos sugerir, pensar demais sobrecarrega nosso cérebro e nossa alma, gastando a energia necessária para os momentos de real necessidade.
Quanto mais o tempo passa, mais sentimos a atuação dele em nossos corpos, em nossas vidas, com todos os seus paradoxos e contrariedades. Percebemos que não podemos ficar nos lamentando pelo passado, muito ansiosos com o futuro, guardando rancores, nutrindo pensamentos verdadeiramente inúteis. Por mais que saibamos disso, acabamos fazendo e fazendo de novo, vezes mais, vezes menos.
O mundo deixa de ser colorido e passa a ser pragmático, preocupações externas, de outros, acabam virando as nossas, enfim, é uma verdadeira bagunça, você também já deve ter notado isso. Quando estamos atuantes, seja no trabalho, com a família, praticando esportes, conseguimos deixar o pacote com o sobrepeso mental um pouco de lado. Quando voltamos ao ritmo padrão, pegamos a mala mais uma vez.
Relação com o corpo
Corpo e mente são tão intrinsecamente conectados que o termo sobrepeso, apesar de uma figura de linguagem, exprime muito bem como nos sentimos depois daquele período todo pensando em alguma baboseira infértil, em alguma derrapada de anos e anos atrás, de qualquer coisa que não o agora.
A sensação é de um corpo pesado, sem gás para as atividades do momento. Os praticantes amadores de esportes de longa duração sem competição, como corridas, ciclismo e natação, sabem bem o que significa perder o pique no meio da atividade só porque o cérebro foi para bem longe, deixando a respiração e o ritmo sem controle algum.
Deixe de supor, de imaginar como teria sido, ou mesmo de tentar criar todo o roteiro do que sucederá em alguma atividade do futuro. É lógico que planejamento e revisão são iniciativas necessárias, mas elas tomam um tempo específico e pronto, não ficam retornando de tempos em tempos apenas para deixar o seu dia um pouco menos proveitoso.
Práticas e costumes
Ioga e meditação não ganharam a proporção que têm hoje sem motivo algum, por aleatoriedade. Vivemos em um ritmo insano, com pressões de todos os cantos imagináveis, principalmente de dentro. Passar a se abster dos próprios pensamentos é tarefa dificílima, uma vida toda fazendo isso, como sossegar agora?
A primeira ação a tomar é fazer o que te deixa feliz, satisfeito, realizado. Não precisa ser de forma profissional, em altíssimo nível, nada disso, apenas faça, seja lá o que for. Manter a mente verdadeiramente ativa, de forma saudável, é uma ótima forma de começar. Leitura, arte, trabalhos manuais, brincadeiras com os familiares, filmes no cinema, a lista é grande.
Lembra quando falamos na percepção mais apurada com o tempo? Quanto pegar seu próprio cérebro tentando te sabotar, no flagra mesmo, mantenha um papo franco, entenda e explique que não há mais tempo para isso.
Para diminuir o sobrepeso, é imprescindível começar a se afastar daquilo que já não te faz tão bem assim, mesmo que isso implique em antigas amizades ou em um relacionamento tóxico. Infelizmente, não é sempre que a compatibilidade de outros tempos se mantém e, quando ela deixa de se tornar sustentável, chegou a hora de mudar um pouco de ares.